top of page

Geraldo Sant'Ana nasceu em Piranga, no estado de Minas Gerais, no dia 16 de agosto de 1918. Era filho de Jeremias Valeriano Sant' Ana e de Maria Braz Sant'Ana.

Não há registro oficial a respeito de sua incorporação ao Exército Brasileiro. Na graduação de cabo e servindo no 10° Batalhão de Caçadores, sediado em Goiânia, Goiás, passou a frequentar a Escola de Transmissões do Exército em 20 de fevereiro de 1942, onde concluiu o curso "B-1" em 30 de setembro do mesmo ano com o grau 8,9, o que lhe valeu a classificação em 1° lugar numa turma de 39 alunos. Foi promovido a 3° sargento conforme ato publicado no Boletim Interno do 10° Batalhão de Caçadores e no radiograma n° 100, de 22 de outubro de 1942, enviado ao Comandante da Escola de Transmissões do Exercito. A partir de 2 de outubro foi matriculado no Curso "C" da mesma Escola, curso esse que foi concluído em 12 de agosto de 1943 com o grau final 7,9 e classificação em 5° lugar na turma. Geraldo Sant'Ana recebeu referências elogiosas por não ter faltado nenhuma aula. Recebeu o distintivo do Curso de Transmissões para Sargentos.


14 de setembro de 1943, foi incluído no Quadro de Radiotelegrafistas do Exército - QRE, sendo classificado na Escola de Transmissões do Exército, onde já se encontrava. Foi designado como monitor da referida Escola.

Em 16 de março de 1944, aos 25 anos de idade, casou-se com Eliza Cruz que passou a assinar-se Eliza Cruz Sant'Ana. Mas Geraldo Sant'Ana viveu pouco com a esposa, pois, a 23 de agosto do mesmo ano, conforme Boletim Urgente n° 157, foi transferido do contingente da Escola de Transmissões para a Companhia de Transmissões da 1ª Divisão de Infantaria Expedicionária, tendo, em consequência disso, sido excluído do Quadro de Radiotelegrafistas do Exército. Em 22 de setembro do mesmo ano, poucos meses após ter contraído matrimônio e já como integrante da 1ª DIE, embarcava no navio transporte americano "General W.A. Mann", atracado no Armazém 11 do Cais do Porto do Rio de Janeiro e partia para a Itália. Geraldo Sant'Ana passava a ser integrante do 1° Grupamento do 2° Escalão de Embarque da 1ª Divisão de Infantaria Expedicionária, sob o comando do General Oswaldo Cordeiro de Farias, tendo sido classificado na Seçao de Exploração, Grupo telefônico-telegráfico, devendo exercer as funções de telegrafista - teletipista. Deixava aqui no Brasil a esposa, grávida de sua primeira e única filha, que ele jamais viria a conhecer. Enízia Margarida Sant'Ana, sua filha, nasceu no dia 21 de fevereiro de 1945, em Piranga, estado de Minas Gerais, poucos dias antes da artilharia inimiga encerrar para sempre a carreira do seu pai. O sargento Geraldo Sant'Ana morreu à zero hora do dia 2 de março de 1945, quando exercia suas funções de radiotelegrafista no Quartel General Avançado da 1ª DIE, vítima do desabamento do prédio onde se encontrava e que foi atingido pelas bombas inimigas.

Morreu em Porreta Terme, nas operações de guerra do vale do Rio Reno, na Itália, no cumprimento do dever, conforme comunicação oficial enviada à sua esposa pelo General João Batista Mascarenhas de Morais, Comandante do 1° Escalão da FEB e da lª Divisão de Infantaria Expedicionária. Foi o primeiro radiotelegrafista brasileiro a tombar nos campos de batalha italianos. Foi sepultado no Cemitério Militar Brasileiro em Pistóia, na Itália, na Quadra "A", fileira n° 2, sepultura n° 142, Lenho Provisório.

A vida de Geraldo Sant'Ana parece ter sido marcada pela premência do tempo pois, dois meses após a sua morte, a guerra terminava. A 8 de maio de 1945, o Chefe do Estado-Maior Alemão assinava, na França, o documento de rendição incondicional que determinava a vitória dos aliados. Mas para Geraldo Sant'Ana e para sua família, a rendição chegava com algum tempo de atraso. O fim da guerra marcava o início das operações de retorno ao Brasil, a alegria e a consagração do povo brasileiro aos seus heróis. A 3 de outubro de 1945, viajando a bordo do navio americano "James Parker”, chegavam ao Brasil os últimos integrantes da FEB. Na Itália, ficavam os corpos dos companheiros que morreram em combate.

Em 1960, 15 anos depois do término da guerra, os restos mortais dos pracinhas brasileiros foram transladados para o Brasil e depositados no Mausoléu do Monumento aos Mortos da Segunda Guerra, no aterro da Glória, no Rio de Janeiro. A Geraldo Sant'Ana coube o jazigo n° 39, na Quadra "L".

Geraldo Sant'Ana recebeu as seguintes condecorações, todas "post-mortem" :

  • MEDALHA DE GUERRA: Por ter cooperado no esforço de guerra do Brasil.

  • MEDALHA DE CAMPANHA: Por ter, como integrante da Força Expedicionária Brasileira, participado de operações de guerra na Itália.

  • CRUZ DE COMBATE: Em razão de sua morte durante ação de feito excepcional na Campanha da Itália.

  • MEDALHA SANGUE DO BRASIL: Por ter sido ferido e morto, na localidade de Porreta-Terme, na Itália, no dia 2 de março de 1945.

 

Em 18 de maio de 1945, em solenidade realizada na Vila Militar, foi dado o nome de Geraldo Sant'Ana a uma das ruas daquela Guarnição. A cerimônia, conforme ofício enviado à dona Eliza Cruz Sant'Ana pelo General Renato Paquet, tinha por fim "perpetuar no bronze numa das ruas desta Guarnição, o nome do 3° sargento Geraldo Sant'Ana, que nos campos de batalha da Europa, junto a FEB, foi morto honrosamente em defesa da Pátria brasileira. Tal homenagem lembrará aos que se dedicam à carreira das armas, os feitos honrosos, que servirão de orgulho e incentivo à mocidade de nossa terra”.

 

Por proposição do vereador Jorge Goularte, em exposição de motivos no processo n° 466/76 da Câmara Municipal de Porto Alegre, quando era presidente da mesma, o vereador José César de Mesquita, e o então Prefeito Municipal Guilherme Sócias Villela sancionou a Lei 4145, de 9 de julho de 1976, denominando de rua Sargento Expedicionário Geraldo Santana a antiga rua "D", no Jardim Bento Gonçalves, no Partenon. Dizeres da placa indicativa: "Rua Sargento Expedicionário Geraldo Santana, Herói da 2ª Guerra Mundial".

Fonte: "Geraldo Santana - Sua história e sua gente" Eni Melero e José Melero

bottom of page